Nutrir
- luizangpereira
- 19 de fev. de 2021
- 2 min de leitura

Nutrir. No dicionário: “ser o alimento de”.
Você já se perguntou quão amplo e desafiador é realmente nutrir um ser humano? Seu bebê tem fome de quê? E você, do que vem se nutrindo?
A primeira imagem deste desafio da maternidade é a clássica (e linda/ e difícil/ e dedicada entre tantas outras coisas) amamentação. Esta é, sem sombra de dúvida, um daqueles momentos inquestionáveis de nutrição, no sentido mais completo da palavra. Amamentar é conectar, é amar, é despir-se e doar-se. É calmaria, é apego, é alimentar seu pequeno com o alimento perfeito, “ouro”, e junto com ele dar doses potentes de imunidade (e muitas coisitas mais).
Mas amamentar, pra variar, rima como “se cobrar”. Ih, piada sem graça essa. Mas é assim que é. Maternar, desde seus primeiros dias já vem com a expectativa da amamentação. E que bom! É maravilhoso ver futuras mamães se preparando para este grande desafio, pedindo ajuda, buscando informação. Chega a emocionar.
Porém, quando esta expectativa se transforma no monstro da alto-cobrança e ultrapassa os limites do seu bem-estar físico, mental e emocional, alguns conceitos precisam ser revistos.
Digo com a propriedade de alguém que chorou como um bebê num episodiozinho mequetrefe em que um dos meus filhos não quis o peito (quase 6 meses de vida, diga-se de passagem). Tomou mamadeira naquele dia e depois voltou feliz e contente pro tetê da mamãe. Algumas fichas caíram esplendorosas... Como dói não amamentar. A gente se acha a “easy going” até a sombra passar do outro lado da rua. Imaginem quando ela bate na porta...
E amamentar demais? E desmamar? Afffe... quantas minhocas e caraminhiolas na caixola.
Meu objetivo aqui vai um pouco além... Gostaria de refletir sobre quão desafiador é nutrir nossos filhos independente da forma como os alimentamos e de como isso tem a ver com a nossa própria nutrição.
Venho falar de nutrir pra quem amamenta, dá mamadeira, alimenta por sonda, gastrostostomia ou nutrição parenteral. Todas são formas igualmente dignas de alimentar, mas algumas vem acompanhadas de dificuldades bem peculiares na questão do nutrir. E todas, para cumprir seu papel precisam vir acompanhadas da magia do “se conectar”. Porque não importam as calorias, as vitaminas e os minerais, é de conexão que seu bebê nasceu faminto.
Talvez ele enfrente batalhas não habituais, não gentis, e pra lá de desafiadoras. Talvez você esteja “matando um leão por dia” pra dar conta desse recado. Mas não se esqueça de que alimentar, não é só para o corpo. É para a alma, o coração e para você, mãe, que precisa estar adequadamente nutrida daquilo que te faz bem.
Liberte-se do mundo lá fora. Olhe para o seu bem mais precioso e esteja ali, presente, inteira, nutrindo-o com todo o amor do seu coração.
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